sábado, 17 de outubro de 2009

Piercing e Adolescência

Atualmente vem se tornando cada vez mais natural o uso de piercings entre os jovens. O adorno propicia um visual diferenciado, representa uma forma de expressão, contudo pode, sim, acarretar alguns danos físicos ao indivíduo.
Logo que alguns indivíduos chegam a puberdade, seguir uma "tribo" se faz necessário para sua autoafirmação. Neste momento, a aparência tem fundamental importância - afinal, um dos meios de se mostrar, ou não, quem faz parte do grupo é através do visual. Além do mais, já existe uma infinidade de tipos, texturas e cores para o adorno, além da vasta possibilidade para o uso.
Uma vez que o uso de piercings esteja intimamente relacionado com a liberdade de escolha dos jovens, o simples fato de usá-los pode representar algum sentimento ou mesmo protesto. Assim, para alguns, mesmo o local de uso pode ter uma conotação especial.
Se bem que, caso a higiente não seja feita adequadamente, ou seja feito sem responsabilidade, o uso do piercing pode causar alguns danos à região do uso, dessa forma podendo afetar a saúde e mesmo causar câncer.
Deste modo, ainda que o uso de piercing seja um direito e que possa representar a opinião, ou mesmo as vontades do jovem, cuidados com a saúde para seu uso são indispensáveis. Por conseguinte, o diálogo com os pais e o acompanhamento próximo do uso podem proporcionar um uso saudável e mesmo a maturidade do jovem, face à chance de tomar sua próprias decisões.


Motivação: Aulas livres de redação no IFSP - Sertãozinho

Agradecimentos: À Profa. Claudete, pela revisão.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Aprendendo na Ficção

Caríssimo leitor, é com grande prazer que venho lhe falar do futuro. Acredite, o futuro não está distante, e sim a um clique de distância. Isso mesmo, a apenas um abrir e fechar de pálpebras.
Na última semana decidi participar de um Simpósio sobre aprendizado eletrônico que, como a temática permitiu, teve a presença de um palestrante por videoconferência. Mas, não me atento a esse pequeno pormenor. Vamos dar foco ao diálogo aberto que se teve no tal simpósio.
Antes de mais nada, aprendizado eletrônico é a moda do novo século. Principiar em um milênio como este no qual vivemos é uma honra; afinal tudo pode estar há um instante da realidade. Os internautas mais atentos já ouviram falar de Web 2.0, de interatividade e de mais uma porção de verbetes próprios àqueles que passam horas conectados. Ora, ora... Não se assuste, isso já está obsoleto.
No Brasil tudo tem acontecido aos trancos e barrancos, mas vem sim acontecendo e não de modo reflexivo: não temos tempo e devemos tirar o atraso. Só que acima de tudo devemos primar pela qualidade. Às vezes parece que os incentivos não existem... Engano de quem aceitar tal contrariedade de pensamento.
Há algum tempo foi lançado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o projeto Tidia. Tal projeto visava contemplar uma gama imensa de pesquisas, como uma rede de cabos de fibra óptica de alta velocidade e também o AE (aprendizado eletrônico).
E, como uma coisa depende da outra, ou quase isso... O aprendizado eletrônico só se difunde se tiver uma alta velocidade e uma gama enorme de usuários conectados. Só que falei, falei, falei... Empolguei-me e não contei o que eu quero muito lhe contar:
Se aquiete. Vou falar de uma ficção sim, contudo esta já é baseada na realidade; tanto que nossos amigos estadunidenses já a usam como tecnologia de ponta.
Confesso que não encontrei fotos no google a respeito. Pois bem, no simpósio supracitado esteve presente uma pesquisadora do projeto Tidia-AE Fapesp que, esteve nos States e que, tinha a(s) referida(s) foto(s).
Imagine você, uma sala de aula com dois datashows (ou seja, duas projeções de slides e vídeos e etc...), mais uma lousa interativa... Teto com microfones para captar a voz do professor explicando a aula e dos alunos em momento de intervenção por questões. E tudo isso, tudo isso mesmo, gravado e associado a um único arquivo: projeções, anotações em lousa, vozes... Disponível pela web para consultas futuras e, se necessário correções e emendas.
Engula esta saliva. Não é obra de Spilberg, não mesmo. É real.
E não bastasse tudo isso, há idealizadores no Brasil pensando em um ambiente virtual de simulação para implantação de uma Universidade Aberta. Tudo isso não é tão novidade assim, quem passeia pelos corredores do Second Life já deve ter encontrado pessoas renomadas por lá na Universidade Virtual que existe no mundo virtual.
Afinal, a revolução das máquinas já começou... E, acredite: muito em breve descobriremos coisas bizarras e interessantes que já estão sendo desenvolvidas e testadas por debaixo do véu do tempo.
Aos amigos que ainda não tem uma posição quanto às tecnologias educacionais vai um recado: não se pretende substituir nada que exista; mas tão só melhorar o que já está se tornando obsoleto.
À oposição, furtiva da palavra sobre o assunto, apenas um prelúdio – nosso tempo está chegando.
Não hesite em conhecer mais, nobre leitor. Não hesite mesmo! Se me permite, vou te indicando que procures alguns dos vários cursos EaD pela internet. Pode ser dos gratuitos... O importante é que vá se acostumando à idéia e ao ambiente.
Neste novo milênio tudo está há um clique: na sua própria casa. Grande abraço e até a próxima!

* Plínio Alexandre dos Santos Caetano (20) é terceiranista de Licenciatura em Química pela FFCLRP – USP.
Contato: pliniopasc@gmail.com

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Segredo de Natal

Segredo de Natal

Plínio Alexandre dos Santos Caetano*

Lá fora há um vento frio e cortante.

O clima é seco – não há neve. Afinal, estamos no Brasil – um país de todas as raças, credos, ideologias e signos. As luzes timidamente piscam na sala, rodeando uma bonita árvore – que costumeiramente a família vem ornamentando já há alguns anos; seguindo certa tradição, cujos dizeres pregam que há um número de anos para que se use uma mesma árvore de natal, tudo em nome de uma boa sorte.

Lembro bem, que há alguns anos, tudo não era de todo diferente, só que esta data parecia um tanto quanto mais familiar e inclusive demasiada bem aguardada; com planos e idéias mirabolantes de criança... Por si só, representava um marco.

Qual criança não manteve o hábito de escrever aquela curiosa cartinha, bonita, cheia de esperanças e vontades?

Não entendo exatamente o porquê, só que o sonho de que caísse neve jamais me passou pela cabeça. Nem mesmo com tanto de uma cultura estadunidense suavemente “imposta” através da televisão – era suficientemente legal aguardar na “Noite Feliz” a figura lendária do Papai Noel; claro, até o dia que descobri o grande Segredo. Desde então, ainda novo, principiei a arte de me fazer de bom velhinho. Vestido à sua maneira, minha deficiência estava na pança, não só lhe improvisava, como também à barba.

Motivado pelos “adultos”, o “senhor” aqui – conhecedor do segredo do natal iniciou, de botas negras e roupa vermelho vivo a distribuir balas às vésperas do grande dia na praça; era divertido, uma vez que os que desconheciam ao segredo (ingênuas crianças...) realmente acreditavam que se tratasse do bom velhinho: o algodão, enfim, saía-se como um ótimo disfarce.

Os presentes estavam no centro de toda a grande conspiração secreta; porém, não existia um sapatinho na janela (se esta ficasse aberta seria bastante provável que a invasão de pernilongos não nos permitissem dormir pelo restante da noite). Ficávamos acordados, na grande e feliz noite, para uma ceia de natal. Entretanto, como criança nunca agüenta, sempre ficávamos “beslicando” uma ou outra gostosura.

Bons tempos... Bons tempos! Mas também não existia uma chaminé na casa. Todo o ano tinha-se o dilema: por onde ele entraria? Como transporia o universo externo sem problemas? Meras questões estratégicas... De um natal de marketing, onde o que importava era o presente, premiando os bons garotos – e às boas moças, não importava o restante. Religiosa, a família lembrava o nascimento do Menino Jesus. O natal, ou a data que inventaram para que fosse já que hoje, sabe-se que esta data é bastante incerta.

Fui crescendo. Os brinquedos foram perdendo seu sentido; o desejo por eles foi sendo substituído por novas vontades. O inevitável acontece e chega à puberdade. Caixas de brinquedos são doadas, parecido com o que acontece ainda hoje. Pois bem, nobre leitor, contigo compartilhei, nestas meias palavras, uma parcela de lembranças – corrompendo-lhe, assim, com o que foi a vida de alguém que desde cedo sabia o segredo.

O segredo, situado às entrelinhas de conhecer que, no momento em que estiverdes comprando seus presentes, haverá alguém em algum lugar com um pedido de um presente, que talvez não seja atendido; para seu desapontamento.

Aprendeste com teus pais que o natal é tempo de perdão, amor, caridade e paz; e não é nenhum segredo a você que de guerra e fome o mundo já padece há séculos; contudo o segredo é que são possíveis atitudes para que se mude esta realidade. E mais que isso: que não lhe custa o sacrifício; uma vez que não são as pequenas atitudes que mudam o mundo, mas as idéias de quem as praticam. Tudo isso é parte do grande segredo.

O verdadeiro espírito do natal não é uma mesa farta, uma árvore cheia de presentes e tampouco as luzes todas reluzentes e alegres; fazer-te crer nisto é uma maneira de lhe esconderem o segredo.

A ti, leitor, minha mensagem é que no novo ano, penses em ser diferente; pois somos nós que criamos as oportunidades. A vida não manda o que precisamos a nossa porta: ela nos manda às diversas portas que nos precisam. Talvez pareçam estas singelas e tímidas frases de efeito, confesso que podem sim ser.

Contudo, o grande mistério de ser alguém que acredita no espírito do natal, que conhece o segredo, não é buscá-lo em dezembro, mas prorrogá-lo por todo o ano. Parece um filme de natal, não? Pois é... Mas será que você descobriu o segredo? Ou parte dele? É algo que não podemos contar diretamente, afinal: segredo é segredo. Aproveite a chance, reflita sobre.

Faça a diferença para o mundo. Faça a diferença na tua vida.

Um natal maravilhoso e um excelente 2008. Um brinde!


*Plínio Alexandre dos Santos Caetano (20), é terceiranista do curso de Licenciatura em Química pela FFCLRP – USP (pliniopasc@gmail.com).

domingo, 23 de dezembro de 2007

Um diálogo sobre a Educação Inclusiva

Plínio Alexandre dos Santos Caetano (20)*

Falar de Educação Especial no Brasil implica em pensar e repensar a prática docente. Afinal, o que há de mais importante do que o papel de um professor? Foi-se a época em que o professor era alguém com o simples e correto estigma de transmissão do conhecimento de forma isenta e com caráter de estímulo à criticidade de seus alunos. Este ideal está bem guardado no passado.

O plano de aula, a proposta de ensino, o currículo. Todo o percurso seguido por um aluno durante sua vida ‘acadêmica’ não é nulo de interferências sócio-político-culturais, por mais que assim o queiramos.

Ao professor compete ensinar aquilo que seu empregador lhe outorga indiscriminadamente e sem maiores reflexões – uma por isto poder lhe custar o pão de cada dia; outra devido as grande número de aulas que tem pela frente ao começar o dia.

Mas, retomemos ao enfoque inicial de nossa conversa, caro leitor.

O presente texto lhe vem comentar um pouco sobre a Educação Especial, haja em vista que esta tem sido bastante discutida pela mídia e de modo bastante polêmico.

Bem, principiemos pela seguinte definição: educação especial é necessária a quem? Pode parecer uma simples pergunta para uma resposta simples, mas venhamos e convenhamos, nem tudo é o que parece ser, não é mesmo?!!?!

A educação especial não é para aquelas palavras bonitas que muitos educadores usam para definir seus educandos: não é para deficientes, ‘especiais’, etecetera e tal.

A educação especial é para aqueles que requerem necessidades educacionais especiais. Este seria o termo mais correto. E o que viriam a ser estas necessidades?

Agora sim podemos falar sobre o assunto, já empregamos a terminologia mais adequada possível e estamos passíveis de entrarmos no conveniente acordo de idéias.

Entende-se com um aluno com estas ditas ‘necessidades’ educacionais especiais, todo e qualquer indivíduo que se enquadre nos seguintes grupos:

1 – Apresentem dificuldades de aprendizagem, ou acompanhamento no processo de ensino-aprendizagem à sua turma ou respectivos à sua idade escolar;

2 – Apresentem um alto grau de desenvolvimento, que os coloque acima dos parâmetros esperados à sua faixa etária (também conhecido como superdotado).

Um diálogo sobre a Educação Inclusiva

É importante notar que essa dificuldade / facilidade de aprendizagem pode se dar nos aspectos artísticos, lógicos e ou lingüísticos. Agora vamos retomar o início deste texto, para pensarmos no Brasil. O que acontece no Brasil é uma inclusão progressiva, mas, acanhada.

Não dá para colocarmos todos os alunos com as necessidades especiais dentro das escolas que não estão preparadas para seu recebimento. Afinal, este é o grande problema da Educação do país. Ela não comporta o novo, que nem ao menos é algo novo de verdade. Há quem defenda em uma inclusão imediata, dizendo que as escolas se adaptarão; há quem defenda uma implementação parcial até que se atinja um nível coerente. E há o meio termo: usemos o velho modelo de educação, sendo modificado aos poucos.

A questão que aqui se coloca é a seguinte: está um professor, numa turma de quase 50 alunos (mesmo que a lei diga que o máximo é 40, há escolhas que ultrapassam e muito este percentual) hábil para dispensar atenção especial a um aluno, ou melhor, é isso que ele deve fazer? O objetivo da educação inclusiva é que o professor faça com que socialmente o aluno com as necessidades especiais conviva e participe tanto quanto os alunos comuns. Aqui está o grande ‘X’ da questão: isto depende do tipo e do nível de dificuldades apresentadas pelo aluno. Há o fator da temporalidade e como o aluno se arranja com o conhecimento. Muitas vezes é necessário o acompanhamento por toda uma equipe; mas há casos e casos. Não deve o educador abdicar de seu aluno e passá-lo a uma equipe de cuidados médicos, psicológicos ou mesmo fisioterapêuticos; e sim jamais desistir de seu aluno.

Assim, talvez o tema seja mais geral – não um problema específico do país, mas de âmbito internacional. A Declaração dos Direitos Humanos dá margem à que todos os indivíduos sejam vistos de modo igual, perante aos outros de sua espécie. Ótimo. Temos a premissa para uma vida igualitária.

A real verdade é que sem a inclusão, não há como muitos seres Humanos praticarem o que há de mais nobre e belo na sua vida: o ato da cidadania.

Independente do tipo de necessidade de cada um, somos todos iguais. A responsabilidade pela diferença, mais uma vez, está nas mãos dos educadores.

Vença mais esta Brasil!

Plínio Alexandre dos Santos Caetano é terceiranista de Licenciatura em Química pela FFCLRP da USP.