terça-feira, 6 de novembro de 2007

Desabafo Verde

Recentemente estive presente a um encontro cuja temática era “A questão Ambiental: Nosso mundo, nossos modos de vida”. Sob esta, uma temática bastante polêmica, há como abordar tudo o que tem sido considerado dor de cabeça pela Humanidade nos dias de hoje. O fator limitante a nosso raciocínio é exatamente este: podemos demarcar nosso presente, não modificar o passado – todavia interferimos sempre e a todo instante em conseqüências do futuro.
Não mo proponho aqui a dizer mil coisas a respeito de nada – nem descrever que tais percentagens de gases são emitidas por dia e que a taxa de desaparecimento da paisagem natural como hoje a conhecemos é ‘x’. Até mesmo porque esse assunto já é tão discutido que às vezes perde o sentido…
Acredito, apenas, que a relevância do tema é significativa e merece ser comentada nesta coluna. Chegou-se a um ponto em que a atividade antrópica é exatamente o que limita ao ser sua própria evolução.
Ainda há quem pense que o cientista – ator tecnológico[1] – detém o poder de controlar tudo a partir de seus conhecimentos, no entanto já se deve refletir sobre tal. Vencer o caos causado pela ciência pela mesma é uma tarefa árdua e extremamente demorada; haja em vista que demanda a aplicação de novas pesquisas que talvez nem sequer tenham sido pensadas.
E o problema está no tempo: em pouco tempo a situação tende a piorar – e isso é a otimista visão de que hoje não mais poluiremos, imaginando o que já foi feito irá repercutir.
Exatamente por isso o comentário de que podemos influenciar o futuro. Mas como? Circulam pela WEB milhares de e-mails sobre o fazer a diferença – talvez o uso disto não seja propriamente incorreto. Claro que uma pessoa não muda o mundo; só que esta pessoa dá o bom exemplo e prova a conscientização e seu funcionamento.
A verdade é que as idéias sufocam-se sob a pressão; não vivemos uma ficção científica e no final não há um mocinho e uma linda garota. Quisera o fosse. Apenas há a necessidade da mudança, mas somos nós a geração da energia[2]: vivemos em função de uma luz acesa, um equipamento funcionando. Nossos combustíveis poluem, e tecnologias limpas cada vez mais são necessárias para desmistificar que os combustíveis cuja queima nos é de responsabilidade única, são o peso de nossas costas. No início fez-se o fogo – hoje se faz os mp4, mp3 e celulares.
Talvez tudo isso esteja tão no íntimo do animal que o homem é, tão só animal[3]. Cheio de instintos, mas uma vez socializado preenchido pelo vazio existencialista de necessitar e implorar que o cosmo lho preste atenção.
E se hoje se propõe um veículo a hidrogênio, qual o risco se a maior causa de morte são os acidentes de trânsito? Afinal, a pressão é tamanha.
E nesse universo puramente egocêntrico do ser, de um ser Humano, fica a questão: por que não mudar?
Não é o ozônio o ícone. Tampouco as atitudes de ONGs[4]. O ícone é a autoconscientização: por um amanhã ainda valioso e por novas gerações.
Não é no Tietê de São Paulo que queremos ver o mundo. Não é no deserto que queremos a biodiversidade. Sustentabilidade[5] Já!
E uma cultura nova e não imposta, mas recriada pelos novos modos de vida das pessoas!
E da política apenas se espera que ultrapasse os créditos de carbono. Que transpondo os limites entenda que não é apenas pequenas atitudes, mas atitudes de dimensão a não se pronunciar nestas tímidas palavras. Ser sustentável, ou melhor, ter um país sustentável, não é devastar áreas inteiras por uma monocultura – quer seja de cana-de-açúcar em determinadas regiões ou mesmo de soja em outras; muito menos o é ter várias e continuar a devastar; a necessidade é preservar o que se tem e criar novas reservas naturais.
Levam-se anos para se formar uma floresta, atingir o nível crescente e maravilhoso de diversidade em um bioma. Mas esse tempo é infinitamente grande se comparado com o tempo de destruição deste.
Como toda escala cronológica – é normal que Gaia[6] tenha sua vida própria. E oscile esporadicamente, a nosso ver. Nem toda mudança é de todo ruim, há vegetações que se tornam outras.
A questão é: este papel pode ser reciclado? Quisera o fosse, tão e unicamente esta. Mas vai muito além de fechar a torneira ao escovar os dentes, não usar copos descartáveis e plantar árvores. Cá entre nós, caro leitor: se fizeres isso a partir de agora – acredite – já estás mudando o planeta.
Plínio Alexandre dos Santos Caetano
Segundanista de Licenciatura em Química pela FFCLRP USP
pliniopasc@gmail.com



Agradecimentos a: Vanilton (Vestibuvan), pela publicação em:
http://vestibuvan.com.br/artigo/
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2007/11/401415.shtml

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