quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Língua Luso-Africano-Brasileira

É nostálgico imaginar, como propõem ainda muitos livros de história, que há pouco mais de 500 anos ocorreu a chegada dos portugueses em suas naus ao continente americano e posteriormente ao Brasil; principalmente sobre o forte e interessado propósito de aqui se encontrar uma terra rica em especiarias e temperos: as Índias, um doce engano. De peculiaridade mais sutil também é o fato de o Brasil ter ficado tanto tempo sob os domínios Portugueses, cuja exploração se estendia também sob parte do continente Africano.Mesmo discordando de que nos encontramos em um país “descoberto” e do fato de que algum país deve-se se empregar sobre outro para fins de exploração, o uso desta introdução supracitada é com o argumento de que o único bem que nos restou (a brasileiros e a alguns africanos) é a Língua Portuguesa. Resta-me a impressão de que não o era apenas em meu caso, mas para muitos alunos ainda o é, uma árdua tarefa a leitura de Os Lusíadas[1] ou mesmo de Os Cus de Judas[2], contudo são estes livros, cuja leitura acrescenta em muito nosso aprendizado acumulativo e já há tempo visto como não individualizado e tampouco destituído de ramificações. Bem, mas esta Língua Portuguesa o é, em suas diversas localidades particulares e de importante representatividade; mas viciada de sua origem européia.Está sendo, ainda que timidamente, anunciada a unificação da gramática deste idioma. Quem tem se oposto fortemente é justamente Portugal, que se nomeia matriarca da língua e que nos estudos (apontados como tomando em consideração o número de habitantes dos países) é a que terá maior parte da escrita modificada. O objetivo, extremamente feliz ao mercado editorial – principalmente Brasileiro, é a unificação da escrita para melhor “comunicação” entre os países.De todo, talvez esta ‘revolução’ no idioma nos seja mais favorável do que o oposto. Caem alguns acentos, sai de algumas palavras compostas o hífem. E a essência de tudo fica na mesma. Mas aos portugueses, o que ocorre? O único tesouro que têm é o idioma… E logo não o terão… Não com este têm, pois o circunflexo já está mais que condenado.Por menos que possa ser tolerado, é totalmente compreendido: lhes estão agora roubando o ouro que possuem. E, daqui a certo tempo, em um não tão longínquo dia, perceber-se-á o quanto é curioso que, além das barreiras territoriais, apenas as gírias nos afastarão de uma unidade.E nossos luso-“amigos” ou melhor, nossos descobridores, ainda vão entender bem, o que talvez seja a identidade de um país. Espero que fique clara, nestas módicas linhas, não uma briga com os portugueses, mas um receio com relação à mudança. Afinal, o que temo não são as reações, mas as conseqüências (cai o trema por água também aqui): que não voltemos à idade média, ou à ditadura e que não queimem livros em praça pública. O conhecimento não desatualiza: apenas acrescenta.

[1] Clássico de Luiz Vaz de Camões, que narra exatamente sobre a grande epopéia da era dos descobrimentos, mesclado com muito de mitologia.
[2] Obra de Antônio de Lobo Antunes, que diz muito à respeito da Guerra contra uma das (ex-)colônias portuguesas na África.


Disponível também em: http://vestibuvan.com.br/unificacao-da-lingua-portuguesa/
O texto foi escrito a pedido de meu amigo Vanilton, responsável pelor Vestibuvan

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